O pior time do Brasil
Por Mayer Kafrouni - Sou são paulino e não nego. Tenha certa vaidade por 3 conquistas da libertadores. Me orgulha um time que teve Telê como técnico e apesar de dizerem por aqui que o São Paulo nunca apresentou ninguém para a seleção, gosto de lembrar que tivemos Raí, Muller, Cafu como grandes estrelas nacionais. Zetti foi um grande goleiro e isso ninguém pode negar. Mas mesmo por conta disso tudo, eu digo sem vergonha na cara: o São Paulo é o pior time do Brasil.
Não consigo levar a sério uma equipe que só dá atenção para um torneio, no caso libertadores. Depois que perdem, dizem: “ano que vem tem mais”. E os outros torneios? Como ficam? Não consigo dar credito para uma torcida que só vai em jogos importantes e quando o time está bem. E os outros jogos? Nisso eu invejo a torcida do Atletico-PR, do Flamengo e especialmente do Corinthians. Estão lá ganhem ou não. E lotam os estádios. “Ah Mayer, mas é longe o estádio, os jogos são tardes”. E? Até no domingo às 16h é assim.
O São Paulo tem uma das melhores categorias de base do mundo. Jogadores das categorias inferiores ganham tudo, jogam bonito, mas onde estão? No mínimo estão agora jogando lá fora. Ao invés de olhar para as categorias de base, eles pegam outros jogadores. Jogador aspirante, um conselho para você: quer crescer no futebol? Vá fazer teste no Santos. Lá eles dão atenção para categorias pré-profissional.
Não consigo entender como um time só sabe jogar com 3 zagueiros e não consegue adaptar-se a novas circunstâncias. De que adiante uma estrutura comparada a times europeus se nem um “paulistinha” consegue ganhar? Foi extremamente ridícula a posição do Gomes ontem em entrevista coletiva. Quando perguntado se pouparia jogadores para a libertadores, ele foi enfático, sem titubear: “Pouparemos”. Como é? Poupar? Bota todo mundo pra jogar rapaz, seja Brasileirão ou não. Time campeão para mim ganha tudo. Como o Grêmio de Felipão, que ganhou estadual, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores numa tacada só. E o Barcelona na temporada retrasada? Ganhou 6 titulos em um ano. Agora, time que joga só para libertadores? Tô fora.
Marcelo, vamos ver um jogo do timão?
Tomou?
Por Marcelo Mayer
Brinque sozinho, camarada. Não é porque um pulo magistral numa bola que sabia que ia para fora, é que vou colocá-lo na lista dos grandes do futebol. Não é porque você enfrentou de cara e peito aberto uma das maiores torcidas do mundo, que vou livrar sua cara pelo fiasco do rebaixamento. Culpado como todos, incompetente como muitos. Fez mais que a obrigação evitar em abaixar a cabeça.
Tomou? Achou que sua transferência frustrada para o falido e chato futebol italiano ia deixá-lo com as portas abertas? Goleiro de circo. Jogador de malabarismo. Coloca sua orelha para fora do boné e cresça com o mínimo de dignidade que um trabalhador precisa ter. Que seus milhões parem de esfregar a cara de quem pinta a risca de seu gramado.
Babaca, infeliz, metido. Não fiz parte do coro “fica”, muito menos farei parte do grito “volta”. Um goleiro medíocre, de gols idiotas e de defesas milagrosas quando não precisa delas. Toda história sobre o sucesso subir à cabeça é papo furado. É um babaca mesmo, e ruim. Você é o mestre em defesas três, quatro, cinco tempos. Tomou? Vá brincar de gol a gol, que é o máximo de profissionalismo que você tem. Tomou? Um brinde a você, o goleiro mais medíocre do Brasil. Sou corinthiano, mas também quero ver futebol. Sacou? Tomou mais um? De novo?
Enfim, o campeão do mundo
O Futebol do Design: O desrespeito do emblema da Copa 2014
Por Mayer Kafrouni - Cheio de pompa e firula - e puxa-saquismo porque não - foi lançado o emblema da Copa 2014. Com a estupida introdição de que 6 celebridades e 'especialistas' elegeram esta marca como a melhor. Pelo menos 2 deles sim, designers respeitados, o resto, especialmente Ricardo Texeira, tô fora.
Analisemos portanto porque essa marca é uma vergonha, do ponto-de-vsita designer da coisa e do mais importante, do futebol. As cores foram mal escolhidas. Foram utilizadas as cores do Brasil. Mas é porque é no Brasil talvez diga. Mesmo assim, foi de mau-gosto tremendo. Veja o que aconteceu em 1998.
Foi a primeira Copa com 32 seleções, assim, o torneio se tornou o mais mundial de todos. A França é considerada - não por mim - como um dos países mais xenofobicos da Europa, e a marca deles foi péssima. Usaram as cores da França, só dela, e isso causou certo desconforto em muitas seleções. Afinal, a Copa é da França ou do Mundo? A Xenofobia ficou um pouco evidente. Seleções como a Inglesa por um tempo se recusaram a usar a marca da Copa em seu uniforme. O próprio Brasil falou em não usar, afinal, iria destoar muito as cores da marca com o uniforme. Mas Copas anteriores também tinha marcas com as cores do país sede. Mas eram outros tempos, um tempo sem muita globalização e o nacionalismo era mais forte, a patria de chuteiras ainda prevalecia. Depois, a coisa mudou, e muito. Tudo ficou mais próximo, acabou a patria de chuteira e o nacionalismo e patriotismo no futebol também, ainda bem diga-se de passagem. Desde então, em 1999, os estudios de design que eram contratados para o emblema das Copas começaram a tomar mais cuidado com a escolha das cores.
Marca da Copa 1998 que criou mal estar em alguns pela má fama de Xenofobia da França
Por exemplo, o emblema de 2002. Uma taça também, mas toda colorida, simbolizando cores de diversos países, sem patriotismo.
Depois em 2006, a Alemanha foi feliz em criar uma marca toda alegre, com mascotes sorridentes. Talvez para tirar a imagem de marrentos que os alemães tem. Foi uma escolha feliz, literalmente. Cores diversas, uma marca que explorou a alegria do gol e não o país
E após isso, 2010, que na minha opinião é a marca mais bonita dos últimos 30 anos. Um jogador com a famigerada bicicleta, formando o continente Africano, cheio de cores. Genial. A Copa é na Africa do Sul, mas fizeram questão de celebrar o continente inteiro. Apesar de os africanos usarem diversas cores no seu dia-a-dia, a escolha de tais, foi usada para representar as cores de todos os países envolvidos na Copa. Respeito pelas seleções e não nacionalismo estúpido.
E do Brasil? O Brasil quer mostrar que existe? Querem voltar com o patriotismo? Faltou respeito com as outras seleções. Imagine a camisa argentina usando um brasão verde-amarelo? Ou a camisa inglesa, vermelha? Tosco. Na internet existem milhares de outras sugestões mais elegantes e mais cara de futebol.
Tem mais coisas de design para se analisar, como exemplo o elemento 2014 "jogado" dentro da marca, solto, voando, sem propósito. Os marcadores (C) e (R) estão tão grandes que competem com o resto. A única escolha feliz, na minha opinião é a tipologia usando em "Brasil". Está alegre, bem futebol.
Porém, tem gente que diz que está bem brasileira, afinal de contas, os políticos e a CBF passam a mão em tudo, e vão passar na taça também, tal como a marca mostra.
Mayer Kafrouni é designer, idealizador da The Flaming Pie (junto com Soraia Kafrouni) e comentárista meia-boca de futebol. Sua TV fica obrigatóriamente ligado nas quartas e domingos (e quinta e segunda também, afinal, tem bate-bola do dia seguinte).