A seleção da CBF

por Marcelo Mayer

Joel Santana, quem eu considero um dos mais folclóricos dos treinadores e a personificação ideal da relação entre futebol e esporte do povo, sofre por ironia justamente por fazer mais parte do povo. Sua comemoração é com pagode e não um jantar especial com dirigentes e um bando de pelegos.

Pelegos que o tiraram da Copa do Mundo da África do Sul. Pelegos que têm nome de Parreira e seus fantoches. Porque Parreira opinava sobre tudo e sobre todos numa inteligência pouca invejável. Por que não passar a perna como passou em Leão, Luxemburgo e tantos jogadores que jogavam com classe, sem precisar de ternos, gravatas e um diploma de enólogo na parede do quarto? Joel foi do povo, é do povo e seu empenho por uma conquista tornou-se piada. Joel foi chamado para fazer futebol e não aulas de inglês para a Globo, SporTV e um bando de filósofos que chamaram o time africano de várzea.

Mas Parreira foi mais longe, alisou o cabelo e lambeu o saco escrotal de Ricardo Teixeira. Propôs um projeto vencedor à África, além de um recorde pela sexta copa do Mundo à frente de uma seleção. E nos bastidores, para o Brasil, um CT mal planejado do Clube Atlético Paranaense sem estrutura para profissionais da mídia e com banheiros ainda em reforma é oferecido com argumento de que a seleção brasileira fique mais próxima do povo. Um povo, diga-se de passagem, que não tem direito de opinar sobre escravidão e ditadura porque não fez parte. Né, Dunga?

E a Granja Comary? Bem, ela passou por reformas com dinheiro ainda não explicados para abrigar a família Parreira. A África do Sul, com todo o investimento para a Copa, não possui uma estrutura para sua seleção de casa. (?) Sem explicação, como Teixeira gosta. A mesma falta de explicação para inúmeros estádios que ainda custam milhões só no papel. Quanto a CBF ganhou por essa estadia? Não sei, não tenho direito de opinar sobre isso, pois não faço parte da política e do futebol. Né, Dunga? Mas estou certo de uma única coisa: Parreira, Zagallo e Teixeira adoram mexer no saco dos outros. It’s very nice pra xuxu, Joel.


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A regra é clara, mas o regulamente idiota

Por Fábio Mayer Kafrouni - Sim, o futebol é maravilhoso, incrível, fantástico, surpreendente mas é idiota as vezes. Sim, muito idiota. Não não. Não são as jogadas, os lances, e nem (às vezes) os jogadores. Mas muitas vezes os torneios são muito mal organizados. E esse erro poderia ser evitado se o regulamento de alguns torneios fossem repensados.


Alguns dizem que os regulamentos atuais criam emoção, mas estes se esquecem que também tais regulamentos são injustos na maioria das vezes, e mesmo que tenha emoção, essas diretrizes impedem mais emoção ainda.


Para começar, o regulamente da Copa do Brasil. Em primeiro lugar, o regulamento causa injustiça e até tira oportunidade de "emprego" para muitos jogadores dos times mais ralés do país. No início da competição, quando um time ganha por dois ou mais gols de diferença, ele já se classifica automáticamente! Absursdo. Me lembra as peladas depois da escola, quando a regra era “10 minutos ou 2 gols” para deixar times de fora entrarem. Veja a injustiça. Essa coisa de 2 gols pra cima vale só no inicio da competição, ou seja, quando os times mais “meia-bocas” jogam. São aqueles que vieram da série C, D, E, e se bobiar Z. Imagine por exemplo São Paulo contra, sei lá, São Ibituba-PI. É meio obvio que vai ser mais do que dois gols. E o primeiro jogo é sempre na casa do time “pequeno”. Imagine se não tivesse essa regra estúpida? Mesmo que o São Ibituba não ganhasse nada, mas a molecada viria pra São Paulo, teria a oportunidade de conhecer um estádio grande e sentir como é jogar num local bem adequado e ainda poder mostrar seu futebol para olheiros de plantão. Seria uma oportunidade inesquecível para esses jogadores se não fosse essa regra tão infeliz.


Outro regulamente injusto é o da Libertadores da América (e por extensão Copa do Brasil também). O critério de desempate na fase final é absurdo. Primeiro, que ambos os times tem chances iguais de gols 50% do tempo em casa e 50% fora de casa. Pra quê fazer com que gols fora de casa seja critério? Mesmo tendo gostado da desclassificação do Corinthians esse ano, foi muito injusto, pois Flamengo e Corinthiams jogaram muito mal o 1o,. jogo. E o 2o. jogo o Corinthians jogou muito mais. Para mim, merecia a classificação. O alve-negro ganhando de 2 X 0 e jogando bem, leva um gol. 2x2 no total certo? Errado! O Cortinthians não fez gol fora de casa e o Mengão sim. Por conta disso, ele se classifica. Não poderia ter as emoções da disputa de penalti? Imagine a emoção que ia ser. Mas não. Criaram essa regra toda esquisita. Dizem as más línguas que foi complô da Rede Globo para acabar com essa emoção. Tem questão de patrocínio, transmissão, o jornal da Globo logo mais, a novela que não pode começar mais cedo, ai o jogo não pode acabar tão tarde...isso vai longe.


Eu iria citar o Campeonato Carioca como exemplo de regulamente ridículo, mas o regulmento do Campeonato Paranaense supera tudo. Tem o campeão do primeiro turno. E olha que beleza que o campeão do primeiro turno ganha: o Super Mando! Não é um super-herói, mas sim o direito de fazer todos os jogos do segundo turno em casa. Péssimo.


Sem falar no calendário brasileiro. Por causa do calendário, os campeonatos começam com baixo nivel. Um time na Libertadores vai com reservas para o Brasileirão, afinal, a Libertadores é prioridade. Sem contar que o calendário prejudica muito os times das séries mais baixas. Muitas equipes jogam até 4 meses por ano. Como um time desse vai se entrosar? Na minha opinião, a Liga Brasileira deveria ser o ano todo, com jogos mais distantes um do outro, assim tem tempo de se dedicar a um outro torneio como a Libertadores por exemplo.


Essa é a minha visão dos regulamentos. E não é só por aqui não. Poderia falar do regulamento da Liga Americana, de alguns torneios europeus... A verdade é que tem tanto formato de campeonato esquisito. As vezes o seu time ganha um torneio por causa do regulamento, ai acha a coisa mais maravilhosa do mundo. Mas quando perde por causa do mesmo regulamento, ai sim, você se dá conta da injustiça que foi. Nesse caso, a regra é clara.



Fábio Mayer Kafrouni é designer, idealizador da The Flaming Pie (junto com Soraia Kafrouni) e comentárista meia-boca de futebol. Sua TV fica obrigatóriamente ligado nas quartas e domingos (e quinta e segunda também, afinal, tem bate-bola do dia seguinte).

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O Último Rei Brasileiro


por Desmanche de Celebridades

É meus amigos, esse país passou por 322 anos de Monarquia Absolutista, vivênciou meia dúzia de ditadiras militares, e conheceu uma série de governos que eram republicanos apenas no papel. As instâncias de poder sempre foram uma continuidade dos quintais das casas de uma pequena patota agindo em prol de si mesma. E o poder público, sempre foi visto como terra de ninguém. As instituições sempre se personalizaram, e a lei...estava abaixo de alguns homens. Não havia constituição, regras, ou contrato social, apenas desmandos, autoritarismo, e abusos de poder. E se tem um lugar onde nada disso parece ter mudado, ele se chama futebol brasileiro.
Há 21 anos atrás, Ricardo Teixeira assumia o controle da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), dando início a um verdadeiro reinado de terror. Me diga: que presidente fica no poder por mais 21 anos consecutivos? Isso não é presidência, isso é Dinastia. Uma Dinastia marcada por escândalos de corrupção, superfaturamentos, nepotismos, manobras políticas, e etc. Uma Dinastia que transformou a seleção brasileira em negócio, desses que jogam amistosos desnecessários e combinados com qualquer país que pague pelo entretenimento.
Ricardo Teixeira chegou ao comando da CBF em 1989, onde tornou-se o sr. "Rico Terra", sucedendo Octávio Pinto Guimarães, após derrotar na eleição a Nabi Abi Chedid, presidente da Federação Paulista de Futebol. Encontrou a entidade quase sem condições de arcar com os custos da preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1990, na Itália.
Escândalos atingiriam a gestão de Teixeira, que é marcada por denúncias, com acusações de nepotismo no preenchimento de cargos na CBF, pagamento de viagens para países sedes da Copa do Mundo a magistrados e outras autoridades, importação irregular de equipamentos para sua choperia El Turf, no Rio de Janeiro, após a Copa de 1994, a celebração de contratos lesivos para o futebol brasileiro, em especial com a fabricante de artigos esportivos Nike, omissão das declarações de rendimentos apresentadas nos exercícios de 1991, 1992 e 1993 dos valores por ele mensalmente auferidos, omissão de rendimentos provenientes de atividades rurais nas fazendas Santa Rosa I e II, localizadas no município de Piraí/RJ.
Também deu dinheiro da CBF para campanhas políticas de dirigentes esportivos, com o intuito de manter no Congresso Nacional uma bancada de deputados e senadores para defender a seus interesses (manter-se no controle da CBF, impedir investigações sobre corrupção dentro da CBF), que ficou conhecida como bancada da bola. Com a montagem deste esquema de poder, assegurou suas quatro reeleições.
Em 1998, vê-se envolvido em comissões parlamentares de inquérito na Câmara de Deputados e no Senado Federal, mas, com auxílio de congressistas fiéis, consegue se livrar das acusações. Prestou depoimento em duas CPIs, a do futebol e a da CBF-Nike.
Em 2000, Ricardo Teixeira prestou depoimento na CPI do Futebol. Até 1996 a CBF apresentava lucro. Neste ano assinou um contrato com a Nike de 160 milhões de dólares e a partir de então começou a ter prejuízos, ano após ano. A entidade então tomou dinheiro emprestado de origem duvidosa, pagando juros muito mais altos do que o de mercado, em alguns casos de cerca de 43%. Descobriu-se uma série de empresas suas e de comparsas ligadas a transações irregulares de dinheiro. Afirmou em depoimento na CPI que havia ganhado tanto dinheiro investindo em ações, mesmo sabendo-se que havia falido neste ramo no início de sua carreira. Também prestaram depoimentos Vanderlei Luxemburgo, Eurico Miranda e o empresário J.Hawilla. A Receita Federal autuou a CBF em R$ 14.408.660,80 por dívidas com o Fisco.
Na CPI da CBF-Nike, que contou com declarações de Zagallo, João Havelange e do atacante Ronaldo, Ricardo Teixeira foi acusado por Aldo Rebelo de fazer complô para tentar enfraquecer o trabalho das CPIs, por unir forças com Pelé, que antes o acusava de corrupção. Teixeira prestou esclarecimentos sobre a CBF, atividades pessoais e de suas empresas, como o restaurante carioca El Turf. Em janeiro de 2002, Teixeira obteve liminar da Justiça proibindo a impressão e distribuição do livro "CBF-Nike", de autoria dos deputados Sílvio Torres e Aldo Rebelo. A obra relatava todas as investigações que devassaram seus negócios. Atualmente Aldo Rebelo é amigo pessoal e confidente de Ricardo Teixeira. Está disponível na internet um resumo do relatório final da CPI.
Em 2007, a bancada da bola agiu novamente sob influência de Ricardo Teixeira e de 12 governadores, que previamente foram à Europa à convite de Ricardo Teixeira, por ocasião da escolha do país sede da copa do mundo de 2014, para impedir a instalação da CPMI do Corinthians/MSI, com a retirada de votos a favor da CPMI na última hora. O argumento era que a CPI poderia influenciar na escolha da sede. No epsódio, 71 parlamentares mudaram de opinião, e apenas 3 se justificaram.
Sobre o epsódio, Juca Kfuri escreveu: "Momento trágico: Nada mais repulsivo que a campanha do presidente da CBF contra a CPMI Corinthians/MSI. E nada mais revelador de quem são alguns parlamentares de todos, rigorosamente todos, os grandes partidos. Daí o "jogo da família" ter sido o do senta, levanta. Elementar."Em seu blog, Juca Kfuri publicou ainda a lista com os nomes dos parlamentares que mudaram seus votos. São 18 parlamentares mineiros e 8 paulistas, entre muitos outros.
Por ocasião da escolha das cidades que receberiam jogos da copa, o apoio político à Ricardo Teixeira esteve ameaçado brevemente. Porém, novamente, a corrupção na CBF não esteve ameaçada.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que não apoiou o pedido de abertura da CPMI, declarou "Será que teremos de apoiar a CPMI de Corinthians e MSI para que expliquem em Brasília a escolha das cidades?" Numa clara atitude "toma-lá-da-cá".
Em Assembleia Geral realizada em 18 de abril de 2006, dirigentes das 27 federações estaduais decidiram aumentar de quatro para sete anos o mandato do próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, que será eleito no ano que vem. Embora não tenha antecipado nada a respeito, Ricardo Teixeira continuará como o candidato oficial da entidade. Ele garantiria assim sua presença no cargo até depois da Copa do Mundo de 2014 , que pelo rodízio da FIFA, será realizada obrigatoriamente na América do Sul. Segundo os autores da proposta, esta medida evitará que, perto da Copa de 2014, Estados pressionem para serem mais favorecidos na hora de escolher as cidades-sedes.
Nos seus primeiros mandatos, Teixeira foi eleito por um colégio eleitoral composto pelos presidentes de federações estaduais. A partir de 2003, também votaram os presidentes dos clubes que disputaram a Série A do Campeonato Brasileiro do ano anterior. Teixeira é o dirigente que por mais tempo comandou a CBF.
Pois é meus amigos, um homem que transformou a conta bancária da CBF numa extensão de sua própria conta bancária. Um ditador, monarca, rei absoluto, que perpetuou-se no poder através de trocas de favor, concessões de privilégios, e tráficos de influencias. Um homem que contou com a permissividade de políticos, dirigentes, jogadores, e autoridades esportivas e de todos os gêneros.
Acredito que muita coisa dessa Dinastia virá a tona depois da Copa de 2014, pois muita gente que espera beneficiar-se financeiramente com essa Copa não será atendida, e então botarão a boca no trombone. Por enquanto estão quietinhos, e não dizem o que sabem pois esperam tirar proveito da situação. Vamos ficar de olho no pós-2014, quando finalmente será destronado "O Último Rei Brasileiro".

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Troca de camisa

Lugano: esse não trocava camisa com rivais.

Por Leandro "Lemão" Lourenço

Você pode ser são paulino, flamenguista, cruzeirense ou gremista. Pode torcer pra qualquer outra equipe, ou simplesmente gostar de futebol. Pra quem é assim, certamente um dia já sonhou em ser um jogador. Atuar com a camisa do seu time, jogar para multidões, ter seu nome grita por milhares de pessoas e fazer o gol do título, já nos acréscimos.

Tudo isso é sonho de torcedor. Habita as noites de meninos e adultos que amam o futebol.

Mas uma situação é comum entre jogadores e causa estranheza entre torcedores: se você fosse um profissional da bola, com quem você trocaria sua camisa ao final do jogo?

Pode ser um jogo “normal”, aqueles que acontecem no meio do campeonato e que parecem não valer nada. Pode ser numa final ou semifinal. A maioria dos jogadores trocam a camisa ao final do jogo. Já vi alguns até comemorarem título com a camisa do adversário. Uma vergonha!

Mas existe uma regra pra isso?

Como são paulino, eu não gostaria de ter em casa uma camisa do Corinthians ou do Palmeiras. Se o Ronaldo trocasse a camisa dele comigo eu não recusaria, mas ficaria um pouco constrangido. Claro que um jogador de futebol precisa (?) ser profissional, mas eu como torcedor tenho o direito de escolher.

Se eu perdesse um jogo decisivo, certamente não gostaria de trocar a camisa com ninguém. Aquela camisa do adversário, mesmo que lavada, sempre lembraria aquela derrota marcante. Cheiraria a fracasso pra vida inteira.

Se eu ganhasse um jogo importante, ia guardar o “manto sagrado” que eu joguei pra sempre, como recordação de um triunfo que obtive. Ia guardar a sete chaves, pra mostrar pros meus netos o quanto o vovô foi importante. Eles iriam gostar, tenho quase certeza.

Pensando dessa maneira, não faz muito sentido trocar a camisa. Pelo menos pra mim, que sou torcedor.

E pra você, faria algum sentido? Com quem e por que você trocaria seu manto sagrado?

Ps: meu primeiro texto por aqui. Valeu galera pelo convite.
http://www.riscaefazdenovo.wordpress.com/
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O Futebol do Design


Por Fábio Mayer Kafrouni - Dizem que futebol é arte, é elegância, é "uma caixinha de surpresas". Concordo. Mas não posso deixar de mencionar que o futebol é Design sim senhor. É impressionante como grandes clubes - e pequenos também - investem cada vez mais em design, tanto no brasão do clube quanto no uniforme.


A escolha das cores, a disposição dos elementos, tudo é pensado na hora de criar a camisa. Hoje em dia, os clubes querem mais uma camisa bem pensada, bonita, que seja lembrada do que apenas uma...camisa de futebol.


Veja dois exemplos de excelentes composições gráficas para os clubes.

Primeira, a camisa do Barcelona:



É impossível hoje em dia não reconhecer a camisa deste grande clube. O contraste forte entre as cores e também o restante dos elementos em amarelo.


Outro exemplo é a camisa do Manchester United. O vermelho forte (com pequenos destaques de tons sobre tons) é referência em Design puro e simples.



Porém, tem algo mais que diferencia essas e tantas outras camisas de clubes: a disposição do patrocinador. Vejam como nesses dois exemplos, o patrocinador é inserido dentro do contexto da camisa. Não é simplesmente jogado lá. Essa é grande diferença do cuidado com o Design que os clubes europeus tem que por aqui não tem. É impressionante o desleixo que os patrocinadores fazem para expor sua marca e esquecer da camisa do clubes.


Só para citar alguns exemplos: São Paulo, Corinthians e Flamengo. (podem fazer a zuação, mas essa do São Paulo foi a que melhor encontrei para este post)








A impressão que me passa é que para o patrocinador, a camisa do clube é um grande outdoor, para fazer propaganda e só. Nem as cores do clube se respeitam mais. Sem contar o exagero de exposição que fazem. É como se a padaria da esquina desse todos os pães do café da manha para o clube e por isso exigisse que sua marca fosse colocada na camisa, e em qualquer lugar. Todo espaço eles usam para isso. Note que há propaganda de diferentes marcas na manga, na frente, no ombro e até mesmo no suvaco, como o caso do Corinhians patrocinada pela Avanço. Sem mencionar a propaganda no short traseiro do Santos. E as cores azuis usada na camisa do São Paulo? E o que fizeram com a camisa do Flamengo? Por anos ela não teve patrocinador a mostra, e quando teve era a BR, mas de uma maneira que não destoava da camisa. o Logo da BR era todo branco e só. Hoje em dia, tem a Batavo, toda azul na camisa. a BMG toda laranja na manga. Ver jogos de futebol de times brasileiros é como comprar uma revista de anúncios.


O jeito é não ligar para isso. Mas que poderia ser mais elegante, isso sim poderia.


PS: saudades das camisas retrôs...


Fábio Mayer Kafrouni é designer, idealizador da The Flaming Pie (junto com Soraia Kafrouni) e comentárista meia-boca de futebol. Sua TV fica obrigatóriamente ligado nas quartas e domingos (e quinta e segunda também, afinal, tem bate-bola do dia seguinte).



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O meu, o seu, o nosso esporte


por Marcelo Mayer

Eu não gosto de fazer propaganda para emissora alguma, tão pouco lamber as chuteiras de qualquer comentarista ou narrador. Mas ficar na frente da TV e ver Dunga sorrir é algo que me fará procurar o bar mais próximo ou ironicamente, outro canal. Eu não quero saber que cor vai ser o cobertor do Robinho ou muito menos quantos espelhos terá o auxiliar Jorginho em sua suíte presidencial. Pensar na possibilidade de ver Fátima Bernardes comentando um impedimento mal anulado me faz acreditar mesmo que viemos de primatas, daqueles que caçavam pulgas porque não sabiam cozinhar.
Por que eu veria a Copa do Mundo na Globo se eu tenho acesso a ESPN Brasil? Ora, você pode me taxar de burguês porque tenho acesso a esse veículo de comunicação, mas acredito que quem lê este feliz espaço esportivo tem no mínimo internet e qualquer teoria sobre o burguês cai por terra. Além do mais, seria de enorme ignorância tal xingamento. Enfim, se você mesmo assim não tem os canais ESPN, recomendo que assista aos jogos ligado na rádio ESPN enquanto sua TV esteja no mute. Por quê? Óbvio, não? O slogan da Globo é Nosso Esporte é Torcer Para o Brasil enquanto da ESPN é Informação é o Nosso Esporte. Ainda tem dúvidas? Não perca tempo em ouvir desculpas de jogadores sendo que pode muito bem debater as qualidades de quem ganhou. Não vou perder meu tempo ouvindo do ilustre Galvão Bueno que nossos jogadores são guerreiros e heróis. Porque já me basta ver a patrocinadora da seleção canarinho fazer um comercial totalmente apelativo para as mais baixas lições de moral.
E tem gente que vai se emocionar com poemas de Pedro Bial durante as transmissões. A Globo adora nos chamar de idiota e mesmo assim milhões levantam a bandeira com faixas de patriotismo e esperança. E se não bastasse os poemas bialianos, não quero passar nervoso em ouvir entrevistas com perguntas triviais sobre alimentação, música tocada antes do jogo ou quem ganhou na partida de playstation: Kaká ou Ramires. Porém, não culpo essa gente que vai levantar as mesmas bandeiras já mencionadas. Culpo o monopólio da informação, a grana que temos que engolir com elefantes brancos que estão nascendo na futura Copa 2014. Culpo a CBF pelo falso moralismo criado para sustentar um sonho brasileiro. Culpo os governos estaduais que distribuem milhares de fitinhas verde e amarela para enfeitarem as salas de aula. Culpo o Zeca Camargo por mostrar comidas típicas africanas enquanto a maioria do continente vive em guerras civis intermináveis e sem ter o que comer. Por que não chamam os times africanos de guerreiros ou heróis? Esses adjetivos servem muito bem e com justiça para jogadores de países aonde a única diversão será o futebol. E tem acéfalos por ai que dizem que futebol é manipulação. Mas fica a minha pergunta: há certos povos que precisam esquecer um pouco as balas na parede, né? Ou esses acéfalos desejam que esses povos fiquem 24 horas em linha de tiro? Desculpe, mas isso não é conscientização política ou social. A ESPN preparou inúmeros programas relacionados a Copa que merecem a nossa atenção. Programas de como a política interfere no esporte, de como uma cultura regionalista cria gênios da bola. Programas que mostram a verdade de uma forma que por alguns momentos esquecemos que é sobre o futebol.
Antes que eu enrole ainda mais e comece a xingar a Globo e seu padrão de qualidade, por favor veja a Copa na ESPN. Garanto que estará contribuindo para uma sociedade mais digna, pensativa e claro, festiva. Por que, não? Reuna seus amigos e pronto. E claro, quando digo Globo, sem trocadilho, a SporTV também está na área. Evite ao máximo. E apito final.

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Sobre a Convocação!!!

por Desmanche de Celebridades

O "experiente" técnico Dunga e sua "fantástica" comissão técnica acabaram de divulgar a lista dos 23 jogadores que representarão a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010. Vem aí um futebol feio, pouco criativo, previsível e absolutamente cauteloso. Um time burocrático, exageradamente precavido , e que joga apenas em função do resultado. Uma seleção descaracterizada, sem ídolos, e que não desperta paixões no imaginário popular. Um time competitivo, que pode até ganhar a competição, mas que não acrescenta nada ao folclore futebolístico nacional.
Fico impressionado com a falta de referencia simbólica desse grupo. Uma seleção fria, racional, tecnicista e empresária. Um time que infelizmente não conquista o amor, nem tampouco traduz a identidade do povo brasileiro. Parece que os traumas de Copas anteriores, quando jogavamos um futebol bonito e alegre, que encatava o mundo mas que teve alguns revesses dentro de campo, nos fez optar por um futebol sem brilho. É isso que pensa o nosso ilustre técnico e sua comissão.
É que pra mim o futebol brasileiro sempre foi arte, beleza, plasticidade e pintura. Sempre representou o imprevisível, o imponderável, e o domínio do improviso, da habilidade e da maestria, frente às táticas e às forças físicas. Não será assim dessa vez.
Também sinto a ausência de um grande ídolo. De alguém que simbolize a cara dessa seleção, e que desperte o encanto do povo brasileiro. Como Romário foi em 94, e como Ronaldo havia sido nos três últimos mundiais. Acho que essa seleção não tem rosto, não tem nome, e nem definição. E seria tudo isso, o resultado nefasto da excessiva profissionalização e mercantilização do futebol? Seria a falta de ousadia de Dunga em levar jogadores mais habilidosos, mas que ainda são "promessas"? Seria tudo isso? Sei lá! Mas que essa seleção é xoxa, sem graça, e pouco empolgante, isso é fato. Se vencer, não sei se fará alguma diferença.
O pior de tudo, foi ter que ouvir o discurso ufanista da comissão técnica. "Vamos apoiar o Brasil sobre qualquer circunstância"! "Vamos ser patriotas e torcer pela nação de um jeito ou de outro" ! Isso, além de ser um discurso ultrapassado, especialmente num mundo globalizado e sem conflitos ideológicos, é algo difícil de se imaginar através de uma seleção sem alma e cara de Brasil.

Abaixo divulgo a lista de jogadores, e depois faço alguns comentários.

GOLEIROS
Julio César (Inter de Milão), Doni (Roma) e Gomes (Tottenham).


LATERAIS:
Daniel Alves (Barcelona), Maicon (Inter de Milão), Gilberto (Cruzeiro) e Michel Bastos (Lyon).

ZAGUEIROS:
Lúcio (Inter de Milão), Luisão (Benfica), Juan (Roma) e Thiago Silva (Milan).

MEIO-CAMPISTAS:
Elano (Galatasaray), Felipe Melo (Juventus), Gilberto Silva (Panathinaikos), Josué (Wolfsburg), Julio Baptista (Roma), Kaká (Real Madrid), Kleberson (Flamengo) e Ramires (Benfica).
ATACANTES:
Robinho (Santos), Nilmar (Villarreal), Luis Fabiano (Sevilla) e Grafite (Wolfsburg).
Discordâncias
 

1. Em nome de que Dunga convocou um meio de campo tão pouco criativo? Um monte de volantes e meio campistas previsíveis que só sabem jogar a bola para o lado, bater ou desarmar. Poderia ter convocado Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganço para darem um toque de habilidade e criatividade ao time. O único jogador criativo desse meio de campo é o Kaká, que ainda por cima está se recuperando de lesão.
2. Por que levar Gilberto Silva? Jogador totalmente ultrapassado, grosso, brucutú, de quem nem se escuta falar mais nada.
3. E para que levar Felipe Melo? Jogador destemperado, nervosinho, que se desespera por qualquer coisa. Quer arriscar ficar com um homem a menos num jogo decisivo? Além do mais, o cara fez uma temporada patética pela Juventus da Itália.
4. Convocar o Kléberson e não o Ganço é incoerente. Nem precisa de muitos comentários.
5. Me diz: o que o Michel Bastos fez para merecer estar na Copa? Era jogador do Figueirense, hoje é reserva do Lyon, e quase nem jogou pela seleção. Era preferível levar Kleber ou André Santos como reservas da posição.
6. Por que em nenhum momento jogadores como Thiago Motta e Maxwell foram testados pelo Dunga? E por que seus nomes nem foram cogitados se jogam bem mais do que alguns dos convocados em suas posições?

Concordâncias

1. A principal delas, não levar o Adriano. Levá-lo significaria que no mundo não é preciso trabalho, esforço, dedicação e comprometimento para se ganhar algo na vida. Se existe a personificação do que é ser vagabundo, sanguessuga e safado, ela se chama Adriano. Adorei! Ele que assista a Copa cheirando pó em algum morro do Rio de Janeiro.
2. Não convocar o Neymar. Muleque, arrogante, imaturo, iludido. Se a seleção é o excesso de seriedade, este garoto é o excesso da falta de seriedade. Precisa amadurecer muito para jogar uma Copa do Mundo. Se o time do Santos fosse formado só por muleques com a cabeça dele, não teria sido nem campeão paulista.
3. A não convocação do Roberto Carlos. Jogador experiente, mas já numa idade avançada para um torneio curto e de grande intensidade. Estigmatizado por falhas nas Copas de 98 e 2006, apesar de ter ganho a de 2002. E outra, se for para levá-lo como reserva, é melhor mesmo levar outro e já ir preparando-o para a próxima Copa. Alem do mais, é um jogador que já teve seu momento. Disputou 3 mundiais, ganhou um, já não se empolga tanto com a oportunidade e o fato.

Essas são minhas opiniões.
Concordem, discordem, opinem.

Abraços.

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A Copa é da FIFA e eles fazem o que querem, ok?

Por Fábio Mayer Kafrouni - Passa na tv uma propaganda política do ministro do esporte Orlando Silva sobre a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016. Ele diz todo vaidoso da conquista desses dois “calendários” esportivos. Diz que o Brasil se preparou bem, que mereceu sediar essas competições. Mas se depender da FIFA, acho que ele terá que refazer a propaganda.


Isso porque a FIFA notificou que está muito descontente com o andamento das obras para a Copa aqui no Brasil (veja link aqui e aqui)- ou na verdade, a falta dele. Quase nenhuma obra começou e como estamos em época eleitoral, nenhuma obra poderá começar até outubro, a não ser que seja iniciativa privada. Mas o que mais me chamou a atenção na noticia é que, nos bastidores, a FIFA tem como plano B colocar a Copa de 2014 na Inglaterra.


Não sei até que ponto essa notícia é verdadeira, mas quando soube comecei imediatamente enumerar as enormes vantagens de fazer uma Copa por lá. Aqui vai algumas delas, sem ser necessariamente nesta ordem.


1 - Além de ver os jogos da Copa (com cidades-sedes bem perto umas das outras, pois a Inglaterra tem o tamanho do estado de SP) você poderá dar uma passadinha em Abbey Road, Londres e atravessar a lendária faixa com a camisa do seu time do coração.


2 - Vai poder ver os jogos no verão, isso mesmo! Aqui, a Copa seria no inverno. Imagine um jogo na Arena da baixada em Curitiba em julho, o frio que vai estar, ainda mais pra ver o Brasil jogar...nem pensar...sou mais uma Alemanha X Inglaterra no Wembley (mesmo que o verão por lá seja 25 graus)


3 - Andar de trem ou metrô pela clássica linha da Inglaterra, ou você acha que eu prefiro pegar um Cometão para ir ver os jogos?


4 - Se não tiver grana para o ingresso, poderá assistir aos jogos do Brasil contra uma seleção européia no próprio país do adversário, só para zuar. Afinal, apesar de não ser a Africa do Sul, os países da Europa estão logo ali.


5 - Poder cantar junto com os tocedores do Liverpool FC o grito de torcida ‘You'll will never walk alone’. Por quê? Virou música do Pink Floyd, oras!


6 - Aproveitar pacotes mais em conta, pois viajar para o exterior pela CVC é mais barato do que viajar por aqui.


7 - Se for ver jogos pela TV, não vai ter que se contentar com o Galvão ou o Caio Ribeiro comentarem. Muito menos o Neto.


8 - Poder ver ao vivo os estádios ingleses que você fica babando de bem feito no EA FIFA ou PES.


9 - Você vai poder gastar seu dinheiro com os jogos da Copa e compras e não ver seu dinheiro virar obra superfaturada.


10 - Poder ver o Lula no final de 2010 em seu derradeiro discurso como presidente dizer: “estou convencido de que nunca na história desse país, houve um governo que perdesse o direito de sediar uma Copa”


Sabe que estou até gostando da idéia. É...o pessoal deveria ao invés de investir em um “calendário” da Copa, em comprar um álbum da Copa.



Fábio Mayer Kafrouni é designer, idealizador da The Flaming Pie (junto com Soraia Kafrouni) e comentárista meia-boca de futebol. Sua TV fica obrigatóriamente ligado nas quartas e domingos (e quinta e segunda também, afinal, tem bate-bola do dia seguinte).


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A humanização do esporte bretão


por Marcelo Mayer

O futebol é humano. Não existe arte que traduza melhor o ser - humano do que a pelota e seus vinte e dois jogadores. Poesias são mentirosas, músicas possuem um formato estabelecido pela indústria cultural, cinema vende sonhos e teatro insiste em continuar intelectualizado. Mas o futebol é ganancioso, esnobe, maldito, político, popular. Logo, as características do futebol se encaixam melhores aos homens, mulheres e crianças.
Enquanto outros esportes vendem superações em que ser um perdedor fosse motivo de orgulho e as lágrimas uma novela de quinze minutos, o futebol se mostra mais eloqüente em relação a nossa ganância. Não importa o quanto o time perdedor correu ou jogou melhor. Simplesmente perdeu e é papel do homem em campo ou nas arquibancadas explorar a desgraça do outro. O esporte bretão é a única modalidade em que o resultado não condiz com o jogo. Isso o torna mais fascinante. O melhor em campo não ganha sempre, enquanto o time mais burocrático venha a se tornar o campeão. Não há confraternização e os sentimentos não são divididos com quem está do outro lado.
O futebol é mesmo humano. Ele é um cenário para crônicas de Nelson Rodrigues, motivos para uma cerveja, culpado pelos cigarros devorados, o sexo ideal e um final de semana perfeito enquanto outro alguém prefere não colocar a cara para fora de casa. Quem diz que é humilde deixou de ser humilde. Logo, as olimpíadas não têm nenhuma credibilidade, já que o futebol prefere explorar os defeitos do time adversário e não fazer da vida um melodrama no programa Fantástico ou falso moralismo no Caldeirão do Huck, aonde toca We Are The Champions em quarteto de cordas para os perdedores. Por favor, né? Mais verdadeiro cantar A turma do Funil do boteco ao lado do estádio.


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